
O Centro de Cultura e Arte da Universidade Federal de Sergipe (Cultart/UFS) realizou, no dia 13 de dezembro, a primeira edição do SEJA CULT – Imersão Cultural no Cultart, evento que marcou o encerramento da programação cultural de 2025 e abriu simbolicamente os caminhos para um novo momento do espaço em 2026. A iniciativa reuniu exposição, mediação cultural, música e gastronomia, reafirmando o Cultart como lugar de encontro, diversidade e experimentação artística.
A programação teve início com a exposição “A gente combinamos de não morrer”, primeira individual da artista visual Shirley Melo, também conhecida como Bruxxa. Inspirada no conto homônimo da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo, a mostra reúne obras já conhecidas do público e trabalhos inéditos que provocam reflexões sobre as violências que atravessam corpos racializados, periféricos e dissidentes, ao mesmo tempo em que apontam caminhos possíveis de resistência e superação.

Para Bruxxa, ocupar o Cultart com essa exposição tem um significado simbólico e afetivo profundo. “Realizar minha primeira exposição individual nesse espaço é um marco na minha trajetória. Sempre enxerguei o Cultart como um lugar potente de fomento à arte, à cultura e à resistência. Enquanto estudante de arte, poder ocupar esse espaço institucional com esse trabalho é muito significativo”, afirma. A artista também destaca a importância da localização e da arquitetura do espaço como elementos que favorecem o acesso e a aproximação da comunidade com a arte.
Um dos pontos centrais da exposição foi a mediação cultural, conduzida pela própria artista ao longo do período de visitação. Para Bruxxa, a mediação é uma prática fundamental de arte-educação e acolhimento. “Nem todo público se sente pertencente aos espaços expositivos. A mediação convida à escuta, ao diálogo e à troca. Ela transforma a experiência, torna o espaço mais acessível e faz com que as pessoas se sintam parte da obra”, explica. Durante a temporada, a exposição recebeu visitas mediadas de estudantes universitários, coletivos e adolescentes atendidos pela Fundação Renascer, muitos deles em seu primeiro contato com uma exposição de arte.
Encerrando a noite, o grupo Tambor de Bença ocupou o Cultart com ritmo, samba e celebração, ampliando a experiência sensorial do evento. A presença do grupo reforçou o diálogo com saberes ancestrais e manifestações culturais de matriz africana, criando uma atmosfera de encontro e partilha. A programação contou ainda com gastronomia especial, valorizando sabores e identidades locais.

Para a coordenadora do Cultart, Elisana Bally, o SEJA CULT nasce como um movimento contínuo e não apenas como um evento pontual. “Essa foi a primeira edição de muitas. O SEJA CULT está só começando e já aponta para um novo momento do Cultart. A ideia é fortalecer o espaço como centro de cultura e arte, aberto às diversas linguagens, ao diálogo e à experimentação”, afirma. Segundo ela, uma nova edição já está prevista para o dia 29 de janeiro, dando continuidade à proposta de imersão cultural.
Elisana destaca ainda que o objetivo do Cultart vai além de sediar eventos. “Queremos ser um polo cultural ativo, um espaço de troca, de formação e de encontro entre universidade e comunidade. O SEJA CULT é um convite para que a comunidade acadêmica e a sociedade se somem, ocupem o espaço e construam coletivamente esse lugar de cultura”, ressalta.
Ao reunir artes visuais, música, mediação cultural e convivência, o SEJA CULT reafirma o papel do Cultart como equipamento cultural estratégico da UFS e como espaço vivo de produção, circulação e democratização da arte. A primeira edição encerra 2025 celebrando trajetórias, encontros e resistências, ao mesmo tempo em que aponta para um 2026 marcado por mais diálogo, diversidade e criação coletiva.
Ascom UFS
