A discussão sobre inteligência artificial está presente nas conversas do cotidiano, na imprensa e também na academia. Para aprofundar e discutir um bom uso desta ferramenta tecnológica, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) promoveu dois eventos na manhã desta quarta-feira (26), no campus Lagarto. As duas atividades integram a programação da 11ª Semana Acadêmico-Cultural (Semac).
A mesa-redonda “Políticas Éticas para o Uso da Inteligência Artificial na Universidade Pública”, promovida pelo Gabinete da vice-reitora, professora Silvana Bretas, acontece em todos os campi da UFS. Lagarto também sediou a palestra “Inteligência Artificial no Ensino Superior: Possibilidades, Desafios e Questões Éticas”, no encontro de formação docente promovido pela Divisão Pedagógica do campus.
A vice-reitora Silvana Bretas avalia que o encontro é necessário dentro dos espaços de ensino. “A soberania nacional passa pelo domínio das tecnologias de informação, especialmente com a inteligência artificial. As universidades públicas têm um papel fundamental na manutenção dessa soberania e não podem deixar de fazer um debate tão contemporâneo e tão necessário”, avalia. “Por isso, cabe a nós promover um debate sério, como o que está acontecendo aqui, colocando pontualmente todas as dimensões do uso de inteligências artificiais, como estrutura física e gastos envolvidos para fazer uma regulação e orientação à comunidade acadêmica”, acrescenta.
A mesa-redonda contou com o palestrante internacional Luis Bonilla-Molina, professor visitante do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFS, em São Cristóvão. O docente defende mudanças em definições pedagógicas e acadêmicas e acredita que a tecnologia pode ser uma aliada.
“O modelo de conhecimento tem que ser crítico e, mais do que, isso, subversivo, e com isso dialogar e atrair a atenção dos jovens. Excluir a tecnologia é um discurso conservador, o caminho deve ser sempre o de inclusão, de uma forma democrática e crítica. O fundamental para o uso da inteligência artificial são os atos de duvidar e questionar”, explica.
Também participaram do debate o superintendente de Tecnologia da Informação, professor Ricardo Salgueiro e os docentes Hendrik Macedo (Departamento de Computação) e Simone Lucena (Departamento de Educação).

A programação da manhã da quinta-feira, 26, também contou com o Encontro de Formação Docente, organizado pela Divisão Pedagógica, com palestra da professora Ana Carolina Simões, do Departamento de Farmácia do campus Lagarto. A docente destaca alguns riscos do uso da inteligência artificial sem uma abordagem crítica.
“É uma ferramenta importantíssima e é sim possível fazer um uso racional, em questões de trabalhos de repetição, transcrição de áudios, etc. Porém, usar de qualquer jeito pode trazer riscos, inclusive fisiológicos, com a redução da capacidade de pensamento, o que pode, inclusive, afetar o aprendizado”, alerta.

Chefe da Divisão Pedagógica, a professora Simone Kameo acredita que as metodologias ativas do campus Lagarto tendem a reforçar o pensamento crítico e reduzir os aspectos negativos da inteligência artificial. “É necessário ter um uso muito consciente, mas o fato de termos um modelo de estudos contínuo, que faz com que os alunos estejam sempre em contato com o conhecimento, inclusive precisando expressá-los a todo tempo, facilita o desenvolvimento de um pensamento crítico”, avalia.
Ana Laura Farias
Ascom UFS - Campus Lagarto
