
Estudantes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGA/UFS) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás (PPGAS/UFG) já estão na Cidade do México para participar do projeto “Sertão Mesoamérica: ações afirmativas, direitos e diversidade epistêmica”, desenvolvido no âmbito do Programa Abdias Nascimento.
A iniciativa promove a internacionalização dos programas de pós-graduação em Antropologia das duas universidades, fomenta a formação de jovens pesquisadores em ambiente internacional e reforça o compromisso com temáticas centrais para as Ciências Sociais contemporâneas. Atualmente, ele é coordenado pelo professor Luis Felipe Hirano, da UFG. Os estudantes participam de atividades no Centro de Investigações e Estudos Avançados em Antropologia Social (Ciesas) e na Benemérita Universidade Autônoma de Puebla (Buap), instituições de referência na América Latina.
Segundo o professor Roberto Lima, do Departamento de Ciências Sociais (DCS/UFS), o projeto marca a continuidade de uma cooperação internacional que teve início em 2014.
“O projeto Sertão Mesoamérica é uma segunda edição de uma experiência anterior que coordenei entre 2014 e 2019. Agora ele está maior, com mais bolsas e instituições envolvidas. É uma oportunidade fundamental de internacionalização, especialmente porque o programa Abdias Nascimento foi pioneiro ao priorizar estudantes negros, indígenas e pessoas com deficiência em projetos de cooperação acadêmica internacional”, explica.
Ainda de acordo com o professor, já participaram da iniciativa duas mestrandas da UFS, entre elas a agora mestre em Antropologia Suyan Dionízio, que permaneceu seis meses no México. Ela confirma o impacto do intercâmbio:
“Foi uma experiência intensa e transformadora. Tive a oportunidade de mergulhar no trabalho de campo em comunidades indígenas da Serra Norte de Puebla, especialmente com o povo náhuatl de Cuetzalan. No plano acadêmico, o intercâmbio ampliou minhas referências e fortaleceu a dimensão comparativa da minha pesquisa. No pessoal, conviver com outra cultura e lidar com os desafios do deslocamento me fez crescer muito”.
Atualmente, dois novos estudantes da UFS participam do projeto. Entre eles, o mestrando Farias F. (PPGA/UFS), que desenvolve um estudo comparativo entre movimentos camponeses do Brasil e do México.
“Cheguei à Cidade do México no dia 10 e já iniciei um curso intensivo de espanhol, além de acompanhar disciplinas como ouvinte. Minha pesquisa compara o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Brasil, e o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), no México. Tem sido um período de leituras intensas e adaptação. Apesar dos desafios, estamos muito entusiasmados”, relata.
O projeto prevê bolsas de quatro a dez meses de duração, a depender do nível de formação, e conta com a participação de programas de pós-graduação em Antropologia, Arqueologia (Proarq/UFS) e Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema/UFS). Para o professor Roberto Lima, trata-se de uma experiência que “amplia horizontes de forma radical” e consolida a presença internacional da universidade em temas estratégicos para as Ciências Sociais.
Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento
O Programa Abdias Nascimento destina-se à estruturação, ao fortalecimento e à internacionalização dos Programas de Pesquisa e de Pós-Graduação por meio da mobilidade docente e discente internacional. Trata-se de uma parceria entre a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Ascom UFS